Inicialmente, é importante lembrar que a sigla PET significa Programa de Educação Tutorial, e que este é desenvolvido por estudantes de graduação orientados por um tutor. As bases do Programa se alicerçam no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Nessa perspectiva, deu-se início ao grupo PET Música da UFCA, no ano de 2011, até o momento com a característica inusitada no contexto dessa universidade, de estar vinculado diretamente ao MEC. Nesse período, a UFCA ainda era um campus da UFC. O primeiro tutor foi o professor Márcio Mattos, que esteve à frente do programa até o ano de 2013. Apartir de então, o grupo passou à tutoria do professor Marco Antônio. Durante a gestão do professor Márcio foi lançada a primeira coletânea de textos, “Conexões de Saberes Musicais”, que descreve e reflete acerca das atividades desenvolvidas durante sua tutoria.

Note-se que a UFCA emergiu como uma nova universidade no ano de 2013. Logo, foi necessária a criação de um novo regimento para o PET e a constituição de um Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação (CLAA) que contemplasse a realidade local sem perder os princípios do Programa orientados pelo Ministério da Educação (MEC). Desse modo, o PET Música da UFCA tem o registro no MEC, contemplando suas exigências, a partir do dia 01 de julho de 2015.

Por se tratar de um programa que permite ao aluno a permanência até o final do curso, o PET promove um espaço de múltiplas experiências ao grupo, e torna-se parte do dia a dia dos estudantes, favorecendo uma maior aproximação entre eles. Isso gera um ambiente de afetividades e amizades que muitas vezes se consolidam para a vida.

Não obstante a diversidade mobilidade os bolsistas, que ocorre nesse processo, a atmosfera suscitada motiva os participantes para a realização das atividades coletivas. Contudo, isso não ocorre sem que haja, muitas vezes, divergências de opiniões, observações e cobranças dos próprios petianos entre si , sobre ausências, comportamentos indevidos necessidade de maior engajamento de alguns.

Esse exercício de autonomia e de autonomização se apresenta como uma das principais características da formação que se constitui nesse espaço. Nesse caso, o PET Música promove um espaço de oportunidades ímpares para o estudante desenvolver a capacidade de pensar criticamente, de questionar a realidade e problematizá-la, considerando que estes são colocados em posições que na maioria das vezes exige esse tipo de exercício individual e coletivo.

De tal modo, as experiências dos sujeitos se apresentam como formadoras dessa autonomia que funciona diretamente como parte da elaboração que eles têm constituído, de um modo especial, nos contextos que o PET Música proporciona, bem como no âmbito do curso de Música como um todo. De sorte que os trabalhos elaborados como resultado dessas ações expressam por si o conjunto de habilidades e competências que são elaborados nessa dinâmica de planejamentos, atividades, reflexões e intervenções que se processam nesse espaço denominado PET Música.

 

Texto do ex-tutor Marco Antônio Silva, extraído do livro Trilhas de Aprendizagem: a formação que se faz no PET Música (2018)